Análises

Os primeiros passos do Caminho do Vale do Café

Projeto de trilha de longo curso conecta duas grandes trilhas nacionais e segue os passos de antigos tropeiros e da história do Vale Paraíba

Hugo de Castro · Chico Schnoor ·
6 de junho de 2021 · 3 anos atrás

No litoral sudeste brasileiro duas grandes serras que se ergueram pela abertura do oceano Atlântico se destacam. São elas a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, que abrigam nas suas escarpas, maciços e montanhas, grandes remanescentes da Mata Atlântica, onde foram criadas muitas unidades de conservação. Todos os esforços para proteger os remanescentes e fragmentos de floresta devem ser louvados e apoiados, ainda mais se conseguirem estimular um engajamento da sociedade em prol da conservação. Neste sentido, as Trilhas de Longo Curso (TLC) são uma excelente ferramenta porque visam a conexão florestal através de um instrumento de lazer com um alto potencial de engajamento voluntário e uma grande capacidade de gerar renda através do turismo sustentável e de base comunitária.

Estas duas serras já possuem trilhas de longo curso muito bem consolidadas e em estágio avançado de implementação, entre elas duas das maiores trilhas brasileiras atuais. O Caminho da Mata Atlântica, com 4.000 km de trilhas, cruza mais de 150 municípios e 5 estados, e conecta cerca de 130 unidades de conservação e mais de 30 comunidades tradicionais, num caminho que percorre toda a Serra do Mar e parte da Serra Geral. Atualmente, conta com cerca de 560 km sinalizados e mais de 4 mil voluntários cadastrados no site, além de parcerias com a FIOCRUZ e outras instituições de pesquisa.

Do outro lado, está a Trilha Transmantiqueira (TMTQ), que percorre a Serra da Mantiqueira no sentido oeste-leste, com um percurso de 1.200 km de extensão pelo qual cruza 47 municípios nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e promove a integração de 36 unidades de conservação.

A TMTQ está inserida na Serra da Mantiqueira, uma das mais importantes cadeias montanhosas do Brasil, considerada o maior berço produtor de biodiversidade regional e detentor de grande relevância ecológica. Estudos feitos pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN) e publicados na revista Science, classificam-na como a 8ª área mais insubstituível do planeta. A TMTQ compõe a Trilha Oiapoque x Barra do Chuí, que por meio da soma de várias trilhas regionais e nacionais ligará os extremos do litoral brasileiro, já tendo hoje mais de 1.000 km implementados.

Entre essas duas magníficas serras, a do Mar e a Mantiqueira, temos o Vale do Paraíba. Enquanto as serras mantiveram sua biodiversidade devido a declividade do terreno, o vale teve sua mata devastada pela monocultura do café, uma hecatombe ambiental que até hoje deixa suas marcas na paisagem, com uma destruição mais acentuada no Médio Paraíba. Nesta região, em menos de 50 anos mais de 90% das florestas foram devastadas.

Segundo o Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (INEA) “a Floresta Estacional Semidecidual Montana com os subtipos era, provavelmente, a típica cobertura vegetal do Vale do Rio Paraíba do Sul. O desaparecimento foi tão repentino que os pequenos fragmentos que ainda existem são insuficientes para dar uma ideia de como era a vegetação do conjunto antes da chegada do ciclo econômico do café”. Talvez isso não seja totalmente certo, pois o próprio clima mudou muito e este tipo de floresta seria produto da atual situação climática. Relatos nos mostram que o regime hídrico da região nem sempre foi desta forma e que havia uma estação chuvosa prolongada que se estenderia por quase todo o ano, com apenas 15 dias de tempo seco, entre junho e julho, o que provavelmente estava associado a um outro tipo de vegetação. O certo é que a devastação foi enorme e até hoje é sentida.

Hoje parte desta região é denominada turisticamente de Vale do Café, com uma visitação rural voltada para fazendas históricas e hotéis-fazenda. A riqueza desta região era imensa, sendo a principal área de plantio do café no Brasil, na época que o país produzia 75% do café consumido no mundo. Os casarios históricos de suas cidades e as fazendas nos dão provas disso. O Vale do Café carece, porém, de circuitos ecoturísticos e de projetos de restauração florestal que visem a conectividade entre os fragmentos relevantes que resistiram na região.

O município de Santa Rita de Jacutinga, na rota do Caminho do Vale do Café, transforma a caminhada num passeio pela história também. Foto: Hugo de Castro

Diante desse cenário e da riqueza que representaria um corredor florestal efetivo entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, deu-se a ideia de uma trilha de longo curso que ligue as duas serras e os dois projetos nacionais. O caminho pelo Vale do Café, que conecte a Transmantiqueira ao Caminho da Mata Atlântica, está atrelado à proposta de estimular a regeneração da Mata Atlântica e fortalecer o ecoturismo e o cicloturismo local, engajando cada vez mais voluntários que sintam o chamado de auxiliar nessa causa. Uma trilha de longo curso causa um sentimento de pertencimento muito forte e, quando estiver em estágio avançado de implementação, representa uma força de mobilização social muito bonita e potente.

A implementação desta TLC visa o desenvolvimento sócio-territorial sustentável como estratégia de conservação, o ordenamento e estímulo ao ecoturismo, o desenvolvimento dos indivíduos e das comunidades, e uma oportunidade para geração de emprego e renda para os moradores locais, além da valorização de culturas e tradições.

Normalmente, essas longas trilhas atravessam regiões economicamente deprimidas, formadas em sua grande maioria por comunidades tradicionais e por isso são mais uma oportunidade de renda em atividade turística, melhorando a qualidade de vida, que ajudam a fixar o homem no campo, assim, reduzem a evasão rural, o inchaço e a favelização dos grandes centros. Nas áreas mais turísticas e desenvolvidas, as trilhas têm o potencial para serem catalisadoras de emprego e aumento de renda, principalmente nos serviços de apoio ao turista, como hospedagem, alimentação e etc. Elas fazem a interligação de dezenas de fragmentos florestais, criam corredores ecológicos, principal ferramenta reconhecida pela legislação para ampliar a conectividade entre áreas preservadas e, assim, assegurar a dispersão da fauna e flora e a manutenção de serviços ecossistêmicos. É por meio dessas conexões verdes que os animais se deslocam pelos diferentes territórios e ajudam a manter vivas as florestas e outros ecossistemas.

A Trilha de Longo Curso do Caminho do Vale do Café tem também a missão de recuperar a história de uma importante fase do Brasil: a época das rotas coloniais, com destaque para o Caminho do Comércio e para o Atalho de Proença. Essas estradas eram responsáveis, principalmente, pelo escoamento dos minerais de Minas Gerais para os portos do Rio de Janeiro, mas também, posteriormente, da produção do café fluminense. É importante resgatar os tempos áureos da produção do café na região, mas também refletir sobre as consequências de uma monocultura e da época da escravidão, cujos impactos se propagam infelizmente até os dias de hoje. Esse caminho tem também a missão de ajudar a manter essas histórias através de um fluxo turístico que poderá contribuir um pouco no financiamento para a manutenção dessas antigas fazendas e, por outro lado, fazerem o visitante refletir sobre todos os aspectos citados.
Para sua implementação a trilha foi dividida em 3 núcleos de planejamento:

1 – De Cruzeiro até Conservatória – A virada da Mantiqueira para o Vale;
2 – De Conservatória até Miguel Pereira – O Vale do Café;
3 – De Miguel Pereira até o Vale do Bonfim – A virada do Vale para a Serra do Mar.

Na região serrana do Rio de Janeiro estão as montanhas onde se propõe a criação do Monumento Natural da Serra Comprida, projeto que pode ganhar força com a trilha. Foto: Hugo de Castro

Desta maneira, conseguimos planejar melhor as articulações, o engajamento voluntário e o envolvimento da cadeia produtiva, causando um maior pertencimento ao traçado quando as pessoas se envolverem naquele trecho próximo à sua casa e perceberem que isso faz parte de um projeto maior.

Esta é uma proposta inicial de traçado, pois o mesmo em si é feito na prática, a partir do engajamento de prefeituras, organizações locais e voluntários que conhecem bem o território e conhecem os caminhos mais interessantes para serem feitas as ligações com mais trilhas, menos estradas e passando no maior número de atrativos possíveis. Uma trilha de longo curso nunca será a menor distância entre dois pontos, mas o caminho mais prazeroso e bonito entre esses pontos. Se formos iniciar o trajeto pela Trilha Transmantiqueira, temos o seguinte planejamento.

Trecho 1 – Cruzeiro x Conservatória

O Caminho do Vale do Café começa no pequeno arraial de Cruzeiro que está localizado a cerca de 17 km do centro do município de Santa Rita de Jacutinga, conhecido como a Cidade das Cachoeiras, criado em 1943, em território desmembrado do município de Rio Preto. É nesse pequeno arraial que acontece a interligação do Caminho do Vale do Café com a Trilha Transmantiqueira, mas também é onde passa uma das trilhas de longo curso de cicloturismo mais conhecidas de Minas Gerais, a Volta das Transições.

Seguindo para o sul na rua principal de Cruzeiro, em poucos quilômetros já é possível se refrescar nas águas da pequena Cachoeira da Escadinha com as suas várias quedas que formam uma escadaria. O caminho continua por pequenas e pouco movimentadas estradas rurais passando por uma série de antigas fazendas, como a formosa Fazenda São Bento, construída no início do século XIX, e alguns quilômetros depois, a Fazenda Santa Clara, do séc XVIII, anterior ao ciclo do café. A casa grande da fazenda, de tão monumental, possuía 365 janelas representando os dias do ano, 52 quartos representando as semanas; 12 salões representando os meses, e uma capela dedicada a Santa Clara, dois terreiros de café, senzala, masmorra, um mirante e outras dependências. A fazenda vivenciou a triste história da escravidão no Brasil e mantém em sua estrutura arquitetônica da senzala, uma sala de tortura, registros e outros objetos que retratam o triste cotidiano da época.

Logo após esta fazenda, por uma ponte em arco, cruza-se o Rio Preto, que separa as duas cidades limítrofes dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No lado fluminense, o caminho já adentra as terras do município de Valença e segue pelo bairro Coronel Cardoso prosseguindo sentido sul por estradinhas rurais sem quase movimento, passando por cachoeiras e outras fazendas, como a Fazenda São Paulo, propriedade da família de Francisco Dionísio Fortes de Bustamante, o mesmo sesmeiro que construiu a imensa Fazenda Santa Clara.

O caminho continua pelo antigo leito ferroviário da Estrada de Ferro Santa Isabel do Rio Preto, cruza o túnel do Capoeirão, construído em 1880 por mão de obra escravizada e com cerca de 485 metros de comprimento, que levou quatro anos para sua conclusão.

Prosseguindo sentido sul, o caminho passa bem perto do Monumento Natural Estadual da Serra da Beleza, unidade de conservação estadual administrada pelo INEA que visa a conservação de remanescentes de Mata Atlântica, muito importante para essa região do Médio Paraíba que foi intensamente utilizada para o cultivo do café. Mais alguns quilômetros à frente, o caminho chega na charmosa Conservatória, distrito de Valença, conhecida como a “Cidade da Seresta”.

Trecho 2 – O Vale do Café

Podemos falar que este trecho se enquadra entre dois pontos super charmosos do Vale do Café, a pequenina e histórica São Sebastião dos Ferreiros, distrito de Vassouras e a não tão pequenina, mas também muito charmosa, Conservatória, do final do trecho anterior.

Passando por uma das áreas mais degradadas do Vale do Café, este trecho é feito quase em sua totalidade em estradas rurais com pastos e plantações nas margens do caminho e, aqui e ali, com um pequeno fragmento florestal, possivelmente guardando espécies raras da Mata Atlântica, dado o histórico da área. É importante ressaltar que neste ano de 2021 a Prefeitura de Vassouras, município que abriga boa parte deste traçado, está com uma política de fomento à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e apoio à preservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais, e o Caminho do Vale do Café pode ser uma mola propulsora a esta política, oferecendo um público de ecoturismo para essas áreas ao longo do traçado.

A Cachoeira da Aliança, um dos atrativos do percurso. Foto: Vitor Marigo

Da “Cidade das Serestas”, o caminho prossegue por estradas rurais e trilhas, passando pelo açude de Concórdia e pelo Parque Estadual da Serra da Concórdia até a pequena Barão de Juparanã, onde está a sede do parque e também do Refúgio de Vida Silvestre do Médio Paraíba, que possui estrutura de camping para pernoite. Este é um local com restaurantes, supermercados e padarias para reabastecimento. A partir deste ponto, o caminho beira o Rio Paraíba do Sul por uma estrada rural muito bonita até Sebastião Lacerda, já no município de Vassouras. Neste distrito, o caminho cruza o Paraíba por uma antiga ponte e chega-se, então, ao ponto mediano entre o Caminho da Mata Atlântica e a Trilha Transmantiqueira.

Contemplando as águas barrentas do rio Paraíba do Sul, não podemos deixar de pensar que o curso d’água tem suas nascentes na Serra do Mar, em um trecho bem próximo ao Caminho da Mata Atlântica e que muitos de seus afluentes, inclusive um dos maiores, o Rio Preto, nascem na Mantiqueira, em locais por onde passa a Trilha Transmantiqueira.
Estamos no fundo do vale, onde aconteceu uma das maiores hecatombes ambientais da Mata Atlântica e do Brasil. Respiramos fundo para atravessar a ponte, sabendo que um dos objetivos deste Caminho é regenerar um pouco desses ecossistemas e, ao percorrê-lo, estamos fortalecendo esses objetivos.

Do outro lado da ponte, o caminho segue por uma estrada rural até um ponto em que atravessa alguns pastos em propriedade particular para chegar à Cachoeira de Aliança, uma das maiores e mais bonitas quedas d’água do município de Vassouras. O ponto seguinte é a pequena Aliança, um distrito espremido entre o Rio Paraíba e uma antiga estação de ferro abandonada, onde existe um pequeno comércio e o pernoite é possível em casas de alguns moradores. Ao sair de Aliança, o Caminho do Vale do Café se despede do Rio Paraíba e prossegue por estrada rural até Massambará, que tem esse nome devido a um capim nativo, que outrora abundava pela Estrada do Comércio. Neste ponto há padarias e supermercados para reabastecer e, a partir do contato com alguns moradores locais, é possível acampar em algum quintal ou pernoitar em algum quarto.

De Massambará, o caminho continua por uma estrada rural até São Sebastião dos Ferreiros que foi inicialmente um local de descanso de tropas de mulas, conhecido como pouso de seu Pedro Ferreiro. Esse local foi doado à igreja católica pela proprietária da fazenda como promessa a São Sebastião por não ter chegado a peste em sua propriedade. Neste local, o Armazém do Tônio, um ótimo ponto de reabastecimento de víveres, é um atrativo à parte, uma daquelas biroscas antigas, com grandes balcões de madeira maciça, estantes que remontam a tempos antigos e com um proprietário que, por si só, é uma atração cultural.

A partir de Ferreiros percorre-se uma estrada rural até chegar ao centro de Miguel Pereira e dali a trilha prossegue alguns quilômetros em área urbana até a estrada para o Vale das Videiras, percorrendo caminhos rurais até o distrito de Petrópolis, que já não consta como parte do circuito turístico do Vale do Café.

Trecho 3 – Vale das Videiras x Bonfim

Esse trecho se inicia no charmoso centrinho do Vale das Videiras, distrito de Petrópolis, onde podemos encontrar lojinhas de artesanato, pequenos restaurantes e até uma feirinha com produtores locais agroecológicos. Na região encontramos ótimas opções para o pernoite em pousadas de todos os tipos ou em casas particulares e, também, muitas opções de lazer, como trilhas a pé, de bike e banho em rios e cachoeiras.

Logo após o centrinho, o caminho segue pela estrada RJ-117, de asfalto, por poucos quilômetros até chegar em uma estrada de terra à direita, que dá acesso a algumas fazendas e prossegue na direção de Secretário e Avelar. Esse ponto está a cerca de 760 metros de altitude e aos poucos o caminho ascende uma serrinha, que na medida em que avançamos se torna cada vez mais íngreme e estreita, mas que apresenta uma vista espetacular da região. Quando o caminho começa a descer, a estradinha se alarga uma vez mais e cruza algumas fazendas que vendem produtos artesanais fabricados na propriedade. A mais famosa delas é o Sítio Humaitá, que tem orgulho de ter uma produção sustentável e sem uso de conservantes.

Ao chegar em Secretário, recomenda-se fazer um passeio no centrinho que tem ótimos lugares para lanchar e até para o ressuprimento. Secretário é assim mesmo, um cantinho especial e cheio de história envolvido pelas mais belas montanhas de Petrópolis. Tudo começou em 1703, tempo do Brasil Colônia, quando o então secretário do Governador do Rio de Janeiro, José Ferreira da Fonte, obteve as primeiras terras da região. Em 1725 foi aberta por Bernardo Soares de Proença uma variante do segundo caminho para as minas, que ligava o Rio de Janeiro à região das lavras e catas de ouro de Minas Gerais.

Depois da visita praticamente obrigatória no centrinho e de um mergulho na história, volte por 200 metros até entrar na Estrada da Rocinha. Antes de chegar no final da estrada, o caminho segue pela direita em uma subida abrupta que vira uma trilha e leva ao ponto de sela que está a mais de 1.200 metros de altitude, local com maior de altitude de todo o caminho. Visual espetacular para as montanhas da região como a Maria Comprida, Morro da Mensagem, João Grande entre muitas outras, além de uma ampla vista para o vale.

Essas montanhas fazem parte de um projeto de lei que visa a criação da mais nova unidade de conservação fluminense, o Monumento Natural (MoNa) Estadual da Serra da Maria Comprida, que visa proteger a porção mais espetacular da Serra das Araras, sendo composto de remanescentes de Mata Atlântica, campos de altitude, vegetação de afloramentos rochosos e populações de espécies animais e vegetais nativas, em especial as raras, endêmicas e ameaçadas de extinção.

Visual panorâmico das serras. Foto: Hugo de Castro

Descendo do ponto de sela, em poucos quilômetros, o caminho já chega no centrinho do bairro de Araras, outro local que possui muitas opções de alimentação e hospedagem, a maioria de alto padrão. Seguindo sentido leste, pela rua principal do bairro, em aproximadamente dois quilômetros chega-se na BR-040 onde é necessário atravessar para o outro lado da movimentada rodovia com o máximo de cuidado. O caminho continua no sentido leste por uma sucessão de pequenas estradinhas até, na altura de Corrêas e bem perto da pracinha do bairro, atingir a Estrada União Indústria, rodovia histórica inaugurada em 23 de junho de 1861 por Dom Pedro II.

Desse ponto até a entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos são menos de 7 quilômetros, onde se conecta com a Trilha de Longo Curso Regional Caminhos da Serra do Mar, trilha que possui o leito compartilhado com o Caminho da Mata Atlântica e com a Trilha Oiapoque x Barra do Chuí.

Esta é uma proposta inicial de traçado, a partir do engajamento de voluntários empolgados, do apoio de prefeituras e parques, seguimos avançando até esse sonho se tornar realidade. No planejamento inicial de seus idealizadores esta trilha conecta sete unidades de conservação em território fluminense e uma em território mineiro, passando por seis municípios no Rio de Janeiro e um de Minas Gerais. São quase 250 km de trilha com o foco em promover o turismo, regenerar a Mata Atlântica e conectar os fragmentos florestais por onde passa.

Vamos caminhar juntos pelo Vale do Café e nos ajudar a construir esse sonho? Se a ideia te atraiu, nos procure. Uma trilha de longo curso é construída por muitas mãos animadas, muitas cabeças pensando juntos e, principalmente, muitos pés palmilhando o traçado e fortalecendo o turismo nessa área!

As opiniões e informações publicadas nas seções de colunas e análises são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião do site ((o))eco. Buscamos nestes espaços garantir um debate diverso e frutífero sobre conservação ambiental.

  • Hugo de Castro

    Presidente da Rede Brasileira de Trilhas e Coordenador Geral da Trilha Transmantiqueira

Leia também

Análises
20 de outubro de 2020

A importância de trilhas regionais para a implementação da Rede Brasileira

Para construir os grandes corredores propostos pela Rede Brasileira de Trilhas é necessário investir em trilhas regionais e no engajamento das comunidades

Análises
19 de março de 2020

As Trilhas de Longo Curso e as unidades de conservação: sinergia pela natureza

Artigo analisa cenário atual da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e a relação com as unidades de conservação e seus objetivos

Análises
3 de setembro de 2020

Conectividade: como as trilhas podem ser aliadas da biodiversidade

As trilhas de longo curso podem ser instrumentos para conexão de remanescentes florestais e apoiar o fluxo gênico entre as espécies para além das fronteiras das unidades de conservação

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 2

  1. Tania Mara Teixeira diz:

    Voces conhecem a regiao de BANANAL.SP especificamente a FAZENDA LOANDA De lá tem uma trilha muito pouco explorada que vai ate ANGRA DOS REIS (MANBUCABA) bo.litoral verde do RJ Vale uma visita


  2. Carol Paranhos - Valença Bonita diz:

    Nascida e morando na cidade de Valença/RJ, batizada pelo imperador, como a Princesa da Serra, fico muito feliz, por esta na rota do Vale do Café.

    Inclusive podendo se estender até a sede da cidade, visto que o seu Distrito de Conservatória, fica proximo.

    Visitar a igreja Matriz, o seu entorno, edificações históricas e praças imperiais, seria perfeito.

    Excelentes hotéis, restaurantes e um comércio diversificado, aliados a boa hospitalidade valenciana, com certeza aguardam por todos.

    Sejam bem-vindos a Princesa da Serra!🤗