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Jaguatirica é capturada em reserva de Mata Atlântica

Fêmea capturada é o primeiro carnívoro de médio porte encontrado dentro do Parque Estadual Dois Irmãos, no Recife, Pernambuco.

Celso Calheiros ·
26 de maio de 2011 · 14 anos atrás

Na armadilha, a bichinha não parece feliz, mas ela foi solta e será monitorada por pesquisadores da UFRPE. Foto: Vanessa de Oliveira Ribeiro
Na armadilha, a bichinha não parece feliz, mas ela foi solta e será monitorada por pesquisadores da UFRPE. Foto: Vanessa de Oliveira Ribeiro
Uma fêmea de jaguatirica (Leopardus pardalis) foi capturada no Parque Estadual Dois Irmãos, no Recife, Pernambuco. É a primeira vez que um carnívoro de médio porte entra em uma armadilha nessa reserva. A jaguatirica integra a lista de espécies ameaçadas de extinção no país.

O animal capturado pesa 6,1 kg e da cabeça até o final do rabo mede 1,4 metro. A captura foi comemorada por Jean Carlos Ramos da Silva e seus orientandos. O animal foi tatuado e ganhou um chip para sua identificação, caso seja novamente capturado ou seja encontrado morto. A fêmea foi solta no mesmo lugar onde ficou aprisionada em uma armadilha, no dia 5 de maio.

O Parque Dois Irmãos tem 384,42 hectares, abriga um zoológico, protege uma nascente de água e fica dentro do Recife, fazendo sendo limitado ao leste por uma BR. Encontrar um predador que ocupa o topo da cadeia alimentar reflete a qualidade da reserva ambiental, comemora o pesquisador. “A presença da jaguatirica significa que as condições de sobrevivência da mata. Se há alimento para ela, há também para os animais que ela come”, explica Jean Carlos. A jaguatirica na Mata Atlântica nordestina se alimenta de roedores, pequenas aves, répteis.

A captura se deu em uma das armadilhas do “estudo epidemiológico das zoonoses em carnívoros silvestres e domésticos e suas implicações para a saúde pública em Pernambuco”. O trabalho é coordenado por Jean Carlos e começou em 2009. Abrange áreas de Mata Atlântica e Caatinga pernambucana e procura estabelecer relações entre as zoonoses de animais silvestres com a dos animais domésticos. O trabalho é uma parceria do departamento de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco com o Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação e tem apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco e do CNPq.

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